Feliz Ano Novo!
Essa expressão tornou-se tão
comum, tão habitual a cada mudança de um período de 365 dias.
E a roda do tempo gira.
Um ano... dois anos... cinco
anos... dez... vinte...
As estações mudam. Os estilos
mudam. Até a língua muda.
E mais uma vez estamos a desejar
FELIZ ANO NOVO.
E tudo começa outra vez. De janeiro
a dezembro... O sol nasce e se põe. Noite chega... e noite vai.
E o tempo é rigoroso. No espelho,
é possível constatar que o tempo passou. Ele parece cruel, implacável. Deixa
marcas estampadas no rosto.
E a sensação é de que as únicas
coisas novas são as linhas de expressões, o cansaço, a fadiga, o fardo que
parece se tornar cada vez mais pesado. Um coração que já não tem tanto vigor,
olhos que, de repente, se embaçaram. Mãos trêmulas e pernas que dão sinais de
não mais aguentarem o peso de um corpo curvado.
Feliz Ano Novo.
Feliz... Novo...
Em que momento deixamos passar a
felicidade e a novidade de vida?
Dentro de nós tudo continua
igual. Os dígitos mudaram. Os ponteiros mudaram. Desejamos um ano novo e feliz,
da boca pra fora; apenas como um protocolo a ser seguido.
Mas o velho homem continua dentro
de nós.
Fazemos questão de mantermos
nossa velha incapacidade de perdoar.
Jamais abrimos mão do velho
orgulho, da impaciência tão antiquada, do rancor que nos mantém prisioneiros em
um passado distante, longe de vislumbrarmos o novo, o feliz.
O que é um ano feliz? Ano novo,
que bicho é esse?
Após as doze badaladas,
voltaremos a reclamar de tudo, a brigar com todos, a remoer velhas paixões, a
reviver sentimentos que nos escravizam. Continuaremos a afastar as pessoas, a renegá-las.
Abraço, para nós, se tornou tão piegas. Real mesmo, é a velha solidão, nossa
mais antiga companheira.
Mas ainda dá tempo de viver um
FELIZ ANO NOVO.
Decida colocar um sorriso no
rosto. Permita-se novas aproximações, ou reaproximações.
Reclame menos. Contribua mais.
Perdoe, inclusive aqueles que são
incapazes de pedi-lo.
Se for pra magoar com suas velhas
e duras verdades, prefira ficar calado.
Não queira ganhar vantagens sobre
o direito do outro. Na verdade, isso é perder.
Respire fundo e experimente o
autocontrole.
Lembre-se: você não precisa
ganhar sempre; muito menos quando está errado. Aceite essa nova verdade.
Deixe pra trás o que já passou e
viva o novo.
Abra seu coração para novas
paixões. Ou, então, encontre novas maneiras de alimentar a paixão que já tens.
Por fim, entenda: A VIDA NÃO TEM
SENTIDO SE NÃO HOUVER AMOR.
Portanto, deixe suas portas
abertas para o amor entrar.
Um feliz Ano Novo se faz com novas
atitudes. Mudanças dentro de nós.
Porque o tempo passa e deixa suas
marcas, mas, no fim, a felicidade está no bem que fizemos, nos bons sentimentos
e atitudes que cultivamos, no perdão que liberamos, no amor que vivemos e nas
pessoas que conquistamos.
Desejo a você um Feliz Ano Novo.
Mas espero que ele seja novo e feliz de verdade. Isso só depende de você.