quarta-feira, 18 de abril de 2018

TEXTO: OS TRÊS LOBINHOS E O PORCO MAU - Eugene Trivizas



OS TRÊS LOBINHOS E O PORCO MAU
Eugene Trivizas

Era uma vez três lobinhos de pelos macios e rabos peludos que viviam com sua mãe. O primeiro era preto, o segundo era cinza e o terceiro, branco. Um dia, a mãe chamou os três lobinhos à sua volta e disse:
- Meus filhos, é hora de vocês saírem pelo mundo. Vão construir uma casa para vocês. Mas cuidado com o Porco Mau.
Os três lobinhos disseram:
- Não se preocupe, mamãe, nós ficaremos de olho.
Eles saíram e encontraram uma canguru que estava empurrando um carrinho de mão cheio de tijolos vermelhos e amarelos. Então, perguntaram:
- Por favor, você pode nos dar alguns desses tijolos?
A canguru deu-lhes um monte de tijolos vermelhos e amarelos. Então, os três lobinhos construíram uma casa de tijolos. No dia seguinte, o Porco Mau veio andando pela estrada e viu a casa de tijolos que os três lobinhos tinham construído. Os três lobinhos estavam no jardim jogando croqué. Quando eles viram o Porco Mau chegando, correram para dentro da casa e trancaram a porta.
O porco bateu na porta e grunhiu:
- Lobinhos, lobinhos, deixem-me entrar!
Os três lobinhos disseram:
- Não, não e não! Não o deixaremos entrar, nem por todo o chá da China!
O porco disse:
- Então, eu vou soprar e vou bufar e vou derrubar a sua casa.
E ele soprou e bufou, bufou e soprou, mas a casa não caiu. Mas não era à toa que que o porco era chamado de mau. Ele foi buscar sua marreta e destruiu a casa toda. Os três lobinhos mal conseguiram escapar antes que as paredes se desmanchassem. Eles ficaram apavorados e disseram:
- Vamos ter que construir uma casa mais forte.
Nesse momento, eles viram um castor que estava misturando concreto numa betoneira. E perguntaram:
- Por favor, você pode nos dar um pouco desse concreto?
O castor lhes deu baldes e baldes cheios de concreto. Então, os três lobinhos construíram sua casa de concreto. Mal eles tinham terminado e lá veio o Porco Mau, andando pela estrada. Então, ele viu a casa de concreto que os três lobinhos tinham construído. Eles estavam jogando peteca no quintal, quando viram o Porco Mau se aproximando. Correram para dentro da casa e trancaram a porta.
O Porco Mau tocou a campainha e disse:
- Lobinhos apavorados, deixem-me entrar!
Os três lobinhos disseram:
- Não, não e não! Não o deixaremos entrar, nem por todo o chá da China!
O porco disse:
- Então, eu vou soprar e vou bufar e vou derrubar a sua casa.
E ele soprou e bufou, bufou e soprou, mas a casa não caiu. Mas não era à toa que o porco era chamado de mau. Ele foi buscar sua britadeira e destruiu a casa. Os três lobinhos conseguiram escapar, mas seus queixos não paravam de tremer. Como tinham muita força de vontade, eles disseram:
- Vamos construir uma casa mais forte ainda!
Nesse momento, eles viram um caminhão se aproximando, carregado de arame farpado, barras de ferro, placas de aço e cadeado de metal. Os três lobinhos perguntaram ao rinoceronte, que dirigia o caminhão:
- Por favor, você nos dá um pouco de arame farpado, algumas barras de ferro e placas de aço e uns cadeados de metal?
O rinoceronte deu-lhes tudo o que tinham pedido. E deu-lhes também algumas correntes de ferro reforçadas, pois ele era um rinoceronte muito bondoso.
Então, os três lobinhos construíram uma casa super-reforçada. Era a casa mais sólida e segura que se podia imaginar. Eles se sentiram muito tranquilos e absolutamente a salvo.
No dia seguinte, o Porco Mau veio pela estrada, espiar como sempre. Os três lobinhos estavam brincando de amarelinha no quintal. Quando eles viram o Porco Mau vindo, correram para dentro da casa, fecharam a porta e trancaram os sessenta e sete cadeados. O porco apertou a campainha do porteiro eletrônico e disse:
- Lobinhos apavorados de queixos trêmulos, deixem-me entrar!
Os três lobinhos responderam:
- Não, não e não! Não o deixaremos entrar nem por todo o chá da China!
O porco disse:
- Então, eu vou soprar e vou bufar e vou derrubar a sua casa!
E ele soprou e bufou, bufou e soprou, mas a casa não caiu. Mas não era à toa que o porco era chamado de mau. Ele trouxe um pouco de dinamite, encostou-a na parede da casa, acendeu o pavio e... a casa explodiu. Os lobinhos conseguiram escapar com seus rabinhos peludos chamuscados. Eles pensaram e disseram:
- Há algo de errado com nossos materiais de construção. Temos que tentar alguma coisa diferente. Mas o quê?
Nesse momento, eles viram um flamingo empurrando um carrinho de mão cheio de flores e perguntaram:
- Por favor, você nos dá um pouco dessas flores?
Então, o flamingo lhes deu um monte de flores e os lobinhos construíram sua casa de flores. Uma parede era de cravos, uma de lírios, a outra era de rosas e a última era de flores de cerejeira. O teto era de girassóis e o chão, um tapete de margaridas. Havia vitórias-régias na banheira e copos-de-leite na geladeira. Era uma casa meio frágil, que balançava com o vento, mas era muito linda, com cheirinho de eucalipto.
No dia seguinte, lá veio o Porco Mau pela estrada, espreitando, e viu a casa de flores que os lobinhos tinham construído. Ele tocou a flor de sino e disse:
- Lobinhos apavorados, de queixos trêmulos e rabinhos chamuscados, deixem-me entrar!
Os lobinhos disseram:
- Não, não e não. Não o deixaremos entrar, nem por todo o chá da China!
O porco disse:
- Então, eu vou soprar e vou bufar e vou derrubar a sua casa!
Mas, ao respirar profundamente, preparando-se para soprar e bufar, ele sentiu o aroma suave das flores. Era fantástico. E porque o aroma deixou-o sem fôlego, o porco respirou novamente e mais uma vez ainda. Em vez de soprar e bufar, ele começou a aspirar.
E aspirou cada vez mais profundamente, até ficar inebriado com o perfume das flores. Seu coração amoleceu e ele compreendeu como havia sido mau no passado. Em outras palavras, ele tornou-se um pouco bom. E começou a cantar e a dançar uma tarentela.
A princípio, os três lobinhos ficaram um pouco preocupados, pensando que pudesse ser um truque. Mas logo perceberam que o porco tinha se transformado mesmo. Então, correram para fora da casa. Eles se apresentaram ao porco e começaram a brincar com ele.
Primeiro, brincaram de esconde-esconde e, depois, de bobinho. Quando se cansaram, convidaram o porco a entrar em sua casa. E ofereceram-lhe chá chinês, morangos e framboesas, e convidaram-no a ficar com eles o tempo que quisesse. O porco aceitou e todos viveram felizes para sempre.

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