quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

De quem é a culpa?

DE QUEM É A CULPA?

De repente, entra em cena um novo sistema de governo afirmando iniciar seus trabalhos em meio a uma grande crise, o que não deixa de ser verdade. E de quem é a culpa?
Um Governo sai e deixa uma série de problemas na Saúde pública, com hospitais abarrotados de pacientes a espera de atendimentos básicos para lhes ser garantidos o direito ao serviço buscado, que garantirá a preservação do direito maior: a vida. Médicos não são encontrados, materiais indispensáveis que jamais acreditaríamos faltar, agora estão escassos, como é o caso do algodão. Pessoas morrem, literalmente. E de quem é a culpa?
No meio do caos, acompanhando a transição do Poder Executivo local, conscientes da crise instalada na Capital Federal, estão os trabalhadores dos mais diversos setores: saúde, educação, transporte, limpeza urbana... Mas não assistem de camarote, esses cidadãos sentem na pele, ou melhor, no bolso, os efeitos da crise e do jogo de empurra, pois ficam com seus salários atrasados, não recebem a Gratificação Natalícia (13º salário), entram em período de férias, mas não recebem o pagamento das mesmas, as horas extras trabalhadas também deixam de pagá-las; esses trabalhadores vêem seus direitos constitucionais sendo violados a “céu aberto”, tendo a mídia local e nacional como espectadores especiais. E de quem é a culpa?
O novo Governo discursa, promete, acusa, esquiva-se, volta a prometer e toma medidas para vencer a crise existente. Estipula datas, substitui calendário letivo construído democraticamente, muda início do ano letivo já estabelecido e vai contornando a situação. Mas é só o início. Numa proposta ousada de “Bom Samaritano” o Governo atual afirma não ter a obrigação de fazer o que era de responsabilidade do Governo que ficou no passado. No entanto, iria pagar o que ficou para trás. De que forma? Tudo parcelado em três vezes. Os trabalhadores podem questionar? Podem recusar a proposta? Podem reivindicar? A resposta é única: NÃO! Dizem que é ilegal. E de quem é a culpa?
Agora, respondam-me se forem capazes: o que fazer com um salário parcelado em três vezes? Será que os credores parcelarão as dívidas adquiridas pelos trabalhadores? Os juros acrescidos pelos atrasos serão pagos por quem? Esses mesmos juros serão divididos igualmente em três parcelas? E o que fazer com a viagem cancelada de última hora por falta de dinheiro para “bancá-la”? Quem arcará com os prejuízos?
Enquanto o Governo anterior não assumiu suas obrigações e o atual Governo afirma não ter “culpa” pelo que está a acontecer, nos perguntamos: DE QUEM É A CULPA? Será que os trabalhadores são os culpados pela desordem instalada? Se não aparecem culpados para responder, o “lado mais fraco” será penalizado para fazer jus ao ditado popular brasileiro? Quiséramos que a corda arrebentasse, pelo menos dessa vez, do lado mais forte.


Por Dário Reis

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