DE
QUEM É A CULPA?
De repente, entra em
cena um novo sistema de governo afirmando iniciar seus trabalhos em meio a uma
grande crise, o que não deixa de ser verdade. E de quem é a culpa?
Um Governo sai e deixa uma
série de problemas na Saúde pública, com hospitais abarrotados de pacientes a
espera de atendimentos básicos para lhes ser garantidos o direito ao serviço
buscado, que garantirá a preservação do direito maior: a vida. Médicos não são
encontrados, materiais indispensáveis que jamais acreditaríamos faltar, agora
estão escassos, como é o caso do algodão. Pessoas morrem, literalmente. E de
quem é a culpa?
No meio do caos,
acompanhando a transição do Poder Executivo local, conscientes da crise
instalada na Capital Federal, estão os trabalhadores dos mais diversos setores:
saúde, educação, transporte, limpeza urbana... Mas não assistem de camarote,
esses cidadãos sentem na pele, ou melhor, no bolso, os efeitos da crise e do
jogo de empurra, pois ficam com seus salários atrasados, não recebem a
Gratificação Natalícia (13º salário), entram em período de férias, mas não
recebem o pagamento das mesmas, as horas extras trabalhadas também deixam de
pagá-las; esses trabalhadores vêem seus direitos constitucionais sendo violados
a “céu aberto”, tendo a mídia local e nacional como espectadores especiais. E
de quem é a culpa?
O novo Governo
discursa, promete, acusa, esquiva-se, volta a prometer e toma medidas para
vencer a crise existente. Estipula datas, substitui calendário letivo
construído democraticamente, muda início do ano letivo já estabelecido e vai
contornando a situação. Mas é só o início. Numa proposta ousada de “Bom
Samaritano” o Governo atual afirma não ter a obrigação de fazer o que era de
responsabilidade do Governo que ficou no passado. No entanto, iria pagar o que
ficou para trás. De que forma? Tudo parcelado em três vezes. Os trabalhadores
podem questionar? Podem recusar a proposta? Podem reivindicar? A resposta é
única: NÃO! Dizem que é ilegal. E de quem é a culpa?
Agora, respondam-me se
forem capazes: o que fazer com um salário parcelado em três vezes? Será que os
credores parcelarão as dívidas adquiridas pelos trabalhadores? Os juros
acrescidos pelos atrasos serão pagos por quem? Esses mesmos juros serão
divididos igualmente em três parcelas? E o que fazer com a viagem cancelada de
última hora por falta de dinheiro para “bancá-la”? Quem arcará com os
prejuízos?
Enquanto o Governo
anterior não assumiu suas obrigações e o atual Governo afirma não ter “culpa”
pelo que está a acontecer, nos perguntamos: DE QUEM É A CULPA? Será que os trabalhadores
são os culpados pela desordem instalada? Se não aparecem culpados para
responder, o “lado mais fraco” será penalizado para fazer jus ao ditado popular
brasileiro? Quiséramos que a corda arrebentasse, pelo menos dessa vez, do lado
mais forte.
Por Dário Reis
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