Bem queridos, voltei com mais essa postagem sobre a Psicogênese e me esforçarei para trazer mais notícias, textos, vídeos, entrevistas sobre o tema. Os vídeos que postarei agora são apenas trocas de experiências sobre a Psicogênese da Língua Escrita de Emília Ferreiro, por isso precisamos buscar mais, ler mais, pesquisar mais.
Para os professores e outros interessados no assunto, lembro que, por exemplo, em um dos vídeos se fala em três níveis psicogenéticos (níveis da Psicogênese), como uma referência aos estudos iniciais e originais da genial pesquisadora Emília Ferreiro.
No entanto, esses estudos foram sendo aprimorados, novos estudiosos foram surgindo no cenário da pesquisa educacional, o país, os estados e os municípios, representados pelo MEC e suas respectivas Secretarias de Educação têm se adequado e buscado novos meios de aplicar os testes e interpretar os resultados.
Então, deixo aqui mais um texto resumo explicativo sobre os níveis e alguns vídeos.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Emília Ferreiro e as Hipóteses da Escrita Infantil
Hipótese Pré-silábica (PS):
Esta hipótese apresenta dois níveis: Pré-silábico 1 e Pré-silábico 2. Neles, a criança não escreve pensando em registros sonoros, combinações harmoniosas ou não de letras. Ela apenas acredita que se deve registrar usando letras, números, desenhos, rabiscos ou formas irreconhecíveis (famosas garatujas).
Nível Pré-silábico 1 (PS1):
A criança pensa que a escrita tem a ver com as características do que se vai escrever. Não importa se é com letra, com desenhos ou quaisquer outros sinais gráficos. O mais importante é inserir muitos sinais (letras, números, rabiscos, desenhos...) se o que vai ser escrito representa algo de grande porte (elefante, árvore). Se for algo de pequeno porte (formiga, mosquito...), então, "é óbvio" em sua cabeça que é necessário utilizar poucos sinais.
Nível Pré-silábico 2 (PS2):
Aqui, a criança já avançou. Ela já sabe que para escrever palavras é necessário utilizar letras. Na maioria dos casos, elas já conhecem algumas letras (basicamente as do seu nome) e utiliza essas letras para escrever o que lhe é solicitado. Ainda faz relação entre a quantidade de letras e o tamanho do que se vai escrever. Algumas vezes, preenche todo o espaço com letras, pois acredita que para algo ser escrito, o espaço tem que estar completamente preenchido.
Hipótese Silábica (S):
Nessa hipótese a criança, que tinha certa segurança sobre seu trabalho de escrever, entra em conflito, pois percebe que aquela forma estava errada. Mas como ela chegou a essa percepção? Porque agora ela já tem a compreensão do sistema de escrita e sabe que tudo o que se fala é escrito, ainda que domine isso de forma convencional. Geralmente, ela atribui uma letra para cada sílaba. Ex. CA CHOR RO (K X R ou A O U).
Acontece aqui uma subdivisão que vale a pena analisar.
Dizemos que uma criança está na Hipótese Silábica com valor sonoro quando ela é capaz de relacionar um signo (letra) ao som que se ouve. Ex. BO LA (B L ou O A)
Quando a criança ainda não faz a relação entre o signo e o fonema (letra/som), mas sabe que cada pauta sonora (vezes que se abre a boca para falar a palavra, pedaços da palavra...) pode ser registrada, dizemos que ela encontra-se na Hipótese Silábica sem valor sonoro. Ex. BO LA (V M ou A I ou, ainda, quaisquer outros signos).
Hipótese Silábico-alfabética (SA):
Nessa hipótese a criança, novamente, entra em conflito, pois está numa transição lógica da escrita. Ela mistura a lógica da hipótese silábica (uma letra para cada pedaço, sílaba, pauta) com o domínio de algumas sílabas. Está se aproximando do domínio do sistema de escrita, mas ainda traz a lógica da hipótese anterior. Ex. CA VA LO ( K VA LO ou CA V LU).
Hipótese Alfabética (A):
A criança, finalmente, apesar de não se preocupar com as questões ortográficas, sabe, de forma consciente, que tudo o que se fala pode ser escrito numa combinação perfeita entre fonemas e grafemas (letra/som). Compreendendo que as letras e seus sons são combinados para formar palavra,s ela está pronta para se apropriar do Sistema de Escrita Alfabética (SEA), ou seja, o domínio do código escrito com todos os seus aspectos conceituais.
Vídeo 1
Vídeo 2